MEDO – Educação emocional.

 em educação emocional

O Medo e as Crianças

O medo é um sentimento normal e necessário nas crianças. É uma condição natural que ajuda a suportar as novas experiências, e a proteger-se do perigo. É a partir dos seis meses de vida que o bebê começa a manifestar alguns medos, e a maioria deles vão desaparecendo pouco a pouco, à medida que os pequenos se sentem mais seguros de si mesmos.

Os Medos durante o primeiro ano

Ruídos fortes – O sentido da audição é muito importante para o bebê. Ao estar em constante estado de atenção, os ruídos inesperados ou fortes faz com que se assuste e manifeste medos.

Estranhos – Desde os seis meses e até aos dois anos, aproximadamente, os bebes atravessam essa etapa, este medo é um estado natural, e favorece a evolução e a sua adaptação ao meio em que se encontra, e que devemos aceitar. Este medo surge da etapa conhecida como angustia da separação, onde o bebê não tem noção do tempo nem do espaço, e ao sair do seu campo visual a figura materna ou paterna, sente medo do abandono). É uma etapa em que a criança prefere estar apenas com as pessoas de sua máxima confiança. Embora esta questão dependa muito da personalidade da criança, e pode acontecer mais em algumas crianças do que em outras. Quando um desconhecido se aproxima da criança ela se sente desprotegida e inquieta, sobretudo quando a conduta do estranho é intrometida.

Separação dos Pais – O medo da separação é um dos medos mais característicos nas crianças de um ano. Esse comportamento é de valor adaptativo, uma vez que este tipo de ansiedade leva a  criança a criar estratégias,  para se assegurar que os pais estão sempre próximos,  assegurando assim protecção diante de possíveis perigos externos). É um medo similar ao medo aos estranhos. Desde bebê, a criança reconhece os seus pais e a sua figura de apego pelo cheiro, pelo tom de voz e aos quatro meses já reconhece os rostos. Quando existe a separação vem a angústia e chora, porque se sente indefesa. Este é um processo habitual no desenvolvimento da criança.

Os Medos em crianças de 2 anos

Escuro – Este medo infantil é completamente adaptativo dentro do desenvolvimento da criança, portanto é totalmente normal nessa etapa.  Qualquer estímulo simples, desde um conto a uma imagem de um filme, pode gerar medo e incerteza, a criança relaciona a escuridão com a solidão e o abandono. A estas razões e somadas as distorções visuais que se dão nos meios escuros, a criança por não poder ver bem na penumbra relaciona as sombras que não vê nitidamente a perigos.

Angustia com as feridas – É um medo comum nas crianças entre os dois e cinco anos. Nestas idades as crianças querem saber o porquê de tudo, e sentem angústia com facilidade. Esta angústia não é apenas com as próprias feridas, mas também com o que acontece aos outros. Quando a criança vê uma pessoa ferida, a primeira coisa que pergunta, é o que aconteceu, e instantaneamente colocam-se no lugar do outro, e pergunta se pode acontecer a si própria.

Separação dos pais – O medo da separação é um dos medos mais característicos nas crianças desta idade. Perdura no tempo e manifesta-se de diferentes formas. Uma delas é a dificuldade para se despedirem dos pais no momento de ficar na creche.

Estranhos – É outra forma que relaciona o medo à separação. Este tipo de medo acontece desde os seis meses de idade, e perdura no tempo, embora vá perdendo intensidade. As crianças diante de um desconhecido procuram protecção na figura maternal ou paternal, sendo esta uma reacção natural. Óculos, barbas, vozes fortes, tudo isto pode intimidar os mais pequenos.

Alguns animais – O medo de animais pode estar presente desde os dois anos até os cinco anos. Qualquer animal pode ser objecto de medo, sendo os cães e gatos os mais comuns, e, portanto os mais temidos. A criança não sente medo apenas ao animal, mas também sentirá medo ao que este poderá fazer, arranhar, morder, etc. A criança sentirá medo perante alguns animais e valentia perante outros. Dentro do medo aos animais também temos o medo aos insectos, e é muito provável que este medo chegue à idade adulta, portanto é fundamental que a criança aprenda a distinguir os insectos inofensivos daqueles que podem lhe fazer mal.

O normal é que o medo vá cedendo gradualmente, se persistir e a sua intensidade afetar a qualidade de vida da criança, é recomendável realizar uma consulta com orientação de um psicólogo especializado.

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